Os investidores dividem-se, segundo David F. Swensen, entre os que são “capazes de tomar decisões de qualidade sobre gestão ativa daqueles sem especialização nesse tipo de gestão”.
O supracitado autor, chief investment officer da Universidade de Yale, afirma categoricamente que poucas “instituições e um número ainda menor de indivíduos mostram capacidade e empenham os recursos necessários para produzir retornos excedentes ajustados ao nível de risco”.
O autor defende que há um conjunto de estratégias adequadas para cada um destes dois tipos de investidores, que são essencialmente opostas, posta a ressalva óbvia que o investidor qualificado para a gestão ativa pode, eventualmente em função das circunstâncias, adotar as estratégias adequadas aos demais investidores. O investidor capaz de gestão ativa pode “criar portfólios com menor risco e maior retorno”, somente ele é capaz de “adotar estratégias para superar o mercado” e que o elevado custo inerente à gestão ativa garante que o participante menos qualificado irá sempre fracassar, no longo prazo.
Benjamin Graham, neste espírito, afirmava que o investidor não profissional deve aderir a um conjunto de estratégias de baixo custo, justamente por “não dispor de tempo e conhecimento” suficientemente necessário para a tomada de decisões ativas de altíssima qualidade.
A gestão ativa supõe a “importância de agir dentro do contexto de uma estrutura analítica rigorosa”, focada nas especificidades de cada ativo concreto, posto que não raro o sucesso nestes investimentos requer “a manutenção de posições tidas como desconfortáveis por destoarem da posição da maioria” dos investidores.
Os investimentos significativamente promissores são descobertos após a exaustiva “eliminação de numerosas alternativas medíocres”, portanto depreende-se que a contratação do pessoal devidamente qualificado para viabilizar essas estratégias implicaria em custos elevadíssimos para a maioria das organizações, quiçá de todos os RPPS pelas suas intrínsecas limitações orçamentárias.
A política de investimentos, neste contexto, é de suma importância ao investidor, seja ele um gestor ativo ou passivo, posto que observar com vontade férrea e disciplina extrema o seu conteúdo ajuda a evitar a pérfida tentação de improvisar, arriscando-se a distanciar-se das “características desejadas para o portfólio da instituição”.
A gestão apropriada para a maioria dos gestores de recursos dos RPPS, em virtude do exposto acima, deve ser única: a gestão passiva.
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