A condição necessária para “produzir bens de capital é a poupança”, segundo H. de Soto.
Os bens de capital são “as etapas intermediárias pelas quais o agente econômico passa antes de alcançar seus fins”, portanto facilmente conclui-se que os bens de capital são “recursos naturais, trabalho e tempo, todos eles combinados num processo empresarial”.
Se a poupança é condição necessária na criação dos bens de capital, tal se dar por entendermos poupança como “a renúncia voluntária ao consumo imediato”, resta evidente que tal renúncia não se dar por acaso, mas em virtude de algum fim, posto que é próprio da natureza humana agir em virtude dos fins desejados.
A título de ilustração sigamos os passos de Robinson Crusoé!
Robson Crusoé encontra-se ilhado, sozinho, tendo como único meio de subsistência a caça de peixes. Ele percebe que se tivesse uma rede de pesca poderia pescar mais peixes com menor esforço, mas para construir tal artefato ele precisa de tempo livre, atualmente indisponível em virtude da dedicação à caça de peixes. Crusoé, então, decide-se por “renunciar à parte do seu consumo diário de peixes”, visando “poupar peixes” para consumo futuro, esta decisão permitirá ao nosso herói, em algum momento futuro, suspender parcialmente a caça dos peixes para dedicar-se à construção de um bem de capital: a rede de pesca! A produtividade de Crusoé é otimizada pela rede de pesca, esta ferramente permite que ele pesque os peixes necessários à sua subsistência em menos tempo e com menos esforço.
Fica demonstrado, pelo exemplo de Crusoé, que “todo processo de investimento em bens de capital exige uma poupança anterior”, ou seja, exige sacrifício, renúncia de consumo!
O processo de produção de bens de capital numa sociedade, diferencia-se acidentalmente do caso de Crusoé, pode dar-se em virtude da “renúncia voluntária ao consumo imediato” por parte de terceiros, quer dizer, um agente econômico pode “tomar emprestado” parte da poupança doutros agentes, desde que de comum acordo, para investir na criação de bens de capital necessários à otimização da sua produtividade.
O que seria, então, o capital?
Pode-se dizer que o capital, ao menos na visão austríaca, consiste “numa estrutura interligada, composta por um número muito grande de bens de capital”.
Eis, em resumo, o mínimo que você precisa saber sobre capital e bens de capital.
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