O pai e a mãe da inflação

O pai e a mãe da inflação

Quem são os pais da inflação?

A inflação é essencialmente um fenômeno monetário, quer dizer, ela é o aumento da oferta monetária pelo governo, da quantidade de dinheiro no mercado, que posteriormente implicará no aumento generalizado dos preços.

O aumento dos preços não é a inflação em si mesma, mas o efeito desta. O governo tem o mau hábito de gastar mais do que arrecada com impostos, que é o dinheiro tomado da população, portanto uma forma de financiar esse gasto extra seria aumentando ainda mais os impostos, que é coisa muito impopular, então resta ao governo imprimir mais dinheiro ou pegar empréstimos emitindo títulos de dívida pública, que também é uma medida inflacionária, porém menos intensiva que a impressão direta de dinheiro, contudo não trataremos dela neste texto.

Se o governo opta por aumentar a sua arrecadação, cobrando mais impostos da população, para reajustar os salários do funcionalismo, tal medida é mera transferência de riqueza, moralmente questionável, certamente, contudo incapaz de causar inflação, porque não existe criação de dinheiro novo, a oferta monetária mantém-se inalterada. Se, por outro lado, o governo resolver imprimir dinheiro para reajustar o salário do funcionalismo, isto causa um aumento da demanda por serviços, sem a devida contraprestação do lado da oferta e, consequentemente, os preços sobem de forma generalizada.

O efeito perverso da inflação fica evidente na sua ação sobre os assalariados, posto que o aumento contínuo e generalizado dos preços não é acompanhado pelos salários, que são reajustados anualmente, quando o são, para recompor por um breve instante, quando o fazem, o poder de compra desta parcela da população.

É evidente que quanto mais pobre o indivíduo, mais perversa é a ação da inflação sobre ele. As classes mais abastardas, por exemplo, possuem diversos mecanismos de proteção do seu patrimônio contra os efeitos da inflação, quer dizer, detém meios eficientes para preservar o seu poder de compra.

E o regime próprio?

A inflação corrói os rendimentos dos regimes próprios, a inflação medida pelo INPC entre janeiro e agosto deste ano foi de 5,94%, bem acima do rendimento, no mesmo período, da maioria dos investimentos realizados pelos regimes próprios em fundos de renda fixa de curto prazo, quer dizer, tais instrumentos financeiros, no presente exercício, sequer têm preservado o poder de compra dos recursos garantidores destes sistemas públicos de previdência.

A inflação deve ser combatida, quer dizer, os gastos excessivos do governo devem ser combatidos, porque o governo é o pai e a mãe da inflação. 

Thiago Soares Marques, MIBA n. 1507

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