O profit testing é uma técnica atuarial que consiste na “análise prospectiva de cenários (futuros possíveis) das receitas e despesas duma instituição por certo período de tempo”.
Qual a lógica do profit testing no RPPS?
Importa, primeiramente, entender:
- que a meta da gestão do RPPS é o equilíbrio financeiro e atuarial;
- que a avaliação atuarial é o documento em que o atuário emite seu parecer formal sobre o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS;
- que o conteúdo da avaliação aturarial vincula todas as metas da gestão do RPPS, seja diretamente ou indiretamente; e
- que o resultado atuarial do RPPS é um dentre vários possíveis.
Um dentre vários possíveis?
As projeções de longuíssimo prazo das despesas e receitas do RPPS, objeto da avaliação atuarial, dependem de premissas adotadas quanto ao comportamento futuro e, portanto, desconhecido de algumas variáveis, por exemplo: i) taxas de mortalidade por idade e sexo; ii) rentabilidade dos investimentos; iii) reajustes remuneratórios dos servidores; e iv) etc.
Alterações em quaisquer das premissas modificam o resultado atuararial, porque este depende em certa medida do conjunto das premissas adotadas.
Sigamos o exemplo ilustrativo abaixo!
A rentabilidade dos investimentos caso situe-se sistematicamente abaixo das metas anuais estipuladas pelo Comitê de Investimentos tende a degradar o resultado atuarial, desequilibrando e minando a sustentabilidade do RPPS. O profit testing, no exemplo em análise, permite aos gestores conhecer o impacto das possíveis rentabilidades futuras sobre o resultado atuarial, trata-se de conhecer os futuros possíveis e suas respectivas probabilidades de ocorrência! O estudo pode indicar, por hipótese, que um desempenho medíocre/mediano na gestão dos investimentos está relacionado a uma chance de 85% de insolvência futura do RPPS, enquanto que desempenhos de execelência reduzem esse risco para 15%.
Eis a mágica do profit testing: conhecer os futuros possíveis!
A gestão do RPPS tem por meta magna o equilíbrio financeiro e atuarial, cujo sucesso depende do atingimento das metas subordinadas, a exemplo da meta de investimento.
O atuário, portanto, deve participar da definição da metas subordinadas, emitindo inclusive parecer sobre a razoabilidade destas.
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